O projeto DESANDAR é composto por uma série de programas de performance para a cidade, o corpo e o fim do mundo.
Transita entre dois territórios que dialogam entre si: o corpo e a linguagem.
Surge da experiência com práticas de deriva urbana, de errar pela cidade, de andar sem um rumo ou objetivo a priori. Quanto mais o corpo anda e deixa-se afetar pelo espaço da cidade, quanto mais vivencia práticas para colocar-se em relação com o ambiente urbano e com aqueles que circulam e habitam as ruas, mais abre espaços internos. Produz lugares singulares que ressoam, criam outras direções e estabelecem um percurso infinito entre corpo, cidade e palavra.
Assim como as derivas, as ações do DESANDAR podem acontecer infinitamente. O projeto pode acontecer em diferentes cidades e agregar novos programas continua e permanentemente.
A partir do prefixo des acoplado a determinados verbos, o projeto DESANDAR propõe programas de performance que podem concretizar-se efetivamente no corpo da performer, no espaço público, ou virtualmente no ato da leitura.
Destroçar-se, descaracterizar-se, desfrutar-se, desobstruir-se, descrever-se são alguns dos verbos contidos no projeto.
Cada verbo gera uma pequena fabulação que, por sua vez, constitui um programa de performance diferente. No campo semântico os verbos existem para designar ação, processo ou estado. O projeto apropria-se do prefixo des para expandir os verbos em direções inesperadas, desmontando seus sentidos óbvios e permitindo a quem experimenta o esgarçamento de si e o encontro com o imprevisto. Nesse sentido, o des é usado como um pretexto para uma certa abertura ao encontro com o outro e com novos significados, que geram algo que está por vir.
DESANDAR os verbos é a procura por uma voz narrativa que propõe a si mesma uma prática de ação discursiva subversiva e infinita. Atuando na construção e na transformação da subjetividade de quem performa, fala, lê e/ou escuta, a voz narrativa do projeto se apropria do prefixo des para encontrar e inventar sentidos. No papel, trata-se de uma escrita performativa que dialoga com a poesia e com a literatura contemporânea. Experimentada na prática do corpo torna-se estratégia para intervir em si mesmo e na cidade. Rituais diários, semanais ou pontuais que sugerem maneiras de identificar a produção e transformação da subjetividade, de propor atravessamentos entre arte e vida.
O Projeto teve início em julho de 2015, idealizado pela artista Beatriz Cruz. Contou com a colaboração pontual de Lívia Piccolo, na escrita de alguns programas. Alguns dos programas já foram realizados pela performer em diferentes suportes e linguagens. Outros existem apenas através das palavras cravadas no papel.
Instagram @projetodesandar
Beatriz Cruz é performer, atriz e educadora. Suas criações transitam entre as artes cênicas e visuais, buscando atravessamentos entre arte-vida; corpo-cidade e arte-ativismo. Especialista em estudos do corpo pela Técnica Klauss Vianna (PUC/SP), pesquisa o caminhar como prática artística e política. Desenvolveu a pesquisa O Corpo na Deriva, contemplada pelo Programa Mergulho Artístico: bolsas de investigação (2014), das Oficinas Culturais do Estado. Realiza projetos artísticos independentes e oficinas interlinguagem. Integra o Coletivo Teatro Dodecafônico, (desde 2009), com quem vem desenvolvendo práticas do caminhar e realizando peças, performances e intervenções urbanas em diversas regiões da cidade de São Paulo, em cidades do interior paulista e de diferentes estados do Brasil, Argentina e Chile. Desenvolve o projeto em performance Desandar (desde 2015) com o qual realizou sua primeira exposição individual (2018): Descaracterizar-se, na Oficina Cultural Alfredo Volpi (Itaquera, SP). Desde 2016 realiza o Projeto Mulheres Possíveis: corpo, gênero e encarceramento, intercâmbio com mulheres em situação de cárcere e egressas, com ações e oficinas realizadas dentro e fora do sistema carcerário, com quem ganhou o edital Rumos Itaú Cultural (2018). Investiga a linguagem do audiotour, tendo realizado vários trabalhos de criação de percursos sonoros. Em 2022, esteve em residência no Chile, participando do Festival de Arte Sonora Tsonami. Há 20 anos atua como artista-educadora em instituições como SESC, Oficinas Culturais do Estado, Centro Cultural da Diversidade, Masp, Itaú Cultural e etc, conduzindo oficinas a partir de sua prática artística.
https://coletivoteatrododecafonico.com/
https://www.facebook.com/projetomulherespossiveis
Beatriz Cruz é performer, atriz e educadora. Suas criações transitam entre as artes cênicas e visuais, buscando atravessamentos entre arte-vida; corpo-cidade e arte-ativismo. Especialista em estudos do corpo pela Técnica Klauss Vianna (PUC/SP), pesquisa o caminhar como prática artística e política. Desenvolveu a pesquisa O Corpo na Deriva, contemplada pelo Programa Mergulho Artístico: bolsas de investigação (2014), das Oficinas Culturais do Estado. Realiza projetos artísticos independentes e oficinas interlinguagem. Integra o Coletivo Teatro Dodecafônico, (desde 2009), com quem vem desenvolvendo práticas do caminhar e realizando peças, performances e intervenções urbanas em diversas regiões da cidade de São Paulo, em cidades do interior paulista e de diferentes estados do Brasil, Argentina e Chile. Desenvolve o projeto em performance Desandar (desde 2015) com o qual realizou sua primeira exposição individual (2018): Descaracterizar-se, na Oficina Cultural Alfredo Volpi (Itaquera, SP). Desde 2016 realiza o Projeto Mulheres Possíveis: corpo, gênero e encarceramento, intercâmbio com mulheres em situação de cárcere e egressas, com ações e oficinas realizadas dentro e fora do sistema carcerário, com quem ganhou o edital Rumos Itaú Cultural (2018). Investiga a linguagem do audiotour, tendo realizado vários trabalhos de criação de percursos sonoros. Em 2022, esteve em residência no Chile, participando do Festival de Arte Sonora Tsonami. Há 20 anos atua como artista-educadora em instituições como SESC, Oficinas Culturais do Estado, Centro Cultural da Diversidade, Masp, Itaú Cultural e etc, conduzindo oficinas a partir de sua prática artística.
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